Pesquisar este blog

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Uma linda história de coelhos

Adivinha  quanto eu te amo"Adivinha quanto eu te amo" de Sam Mcbratney, ed. Martins Fontes.

Eram horas de ir para a cama, e o coelhinho agarrou-se com firmeza às longas orelhas do coelho pai.
Depois de ter a certeza de que o pai coelho estava a ouvir, o coelhinho disse-lhe bem encostado ao ouvido:
- Adivinha quanto eu te amo!
- Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar – respondeu o coelho pai.
- Tudo isto – disse o coelhinho, esticando os braços o mais que podia.
Só que o coelho pai tinha os braços mais compridos, e disse: - e eu amo-te tudo isto!
- Hum, isso é um bocado - pensou o coelhinho.
- Eu amo-te toda a minha altura – disse o coelhinho.
- E eu amo-te toda a minha altura – disse o coelho pai.
- Puxa, isso é bem alto - pensou o coelhinho. - Eu queria ter braços compridos assim.
Então o coelhinho teve uma boa ideia. Virou-se de cabeça para baixo apoiando as patinhas na árvore, e gritou: - Eu amo-te até às pontas dos dedos dos meus pés, papá!
- E eu amo-te até às pontas dos dedos dos teus pés – disse o coelho pai balançando o filho no ar.
- Eu amo-te toda a altura do meu pulo! - riu o coelhinho saltando de um lado para outro.
- E eu amo-te toda a altura do meu pulo – riu também o coelho pai, e saltou tão alto que as suas orelhas tocaram nos galhos da árvore.
- Isso é que é saltar - pensou o coelhinho. - Bem que eu gostaria de pular assim.
- Eu amo-te toda a estrada daqui até ao rio – gritou o coelhinho.
- Eu amo-te até depois do rio, até às colinas. – Disse o coelho pai.
- É uma bela distância - pensou o coelhinho. Mas, naquela altura já estava sonolento demais para continuar a pensar.
Então, ele olhou para além das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite e concluiu: nada podia ser maior que o céu.
- Eu amo-te até à Lua! – disse ele, e fechou os olhos.
- Puxa, isso é longe – falou o pai coelho – longe mesmo!
O coelho pai deitou o coelhinho na sua caminha de folhas, inclinou-se e deu-lhe um beijo de boa-noite.
Depois, deitou-se ao lado do filho e sussurrou, sorrindo: - Eu amo-te até à Lua...ida e volta!

"Adivinha quanto eu te amo" de Sam Mcbratney, ed. Martins Fontes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário